A recente divulgação de informações pelo site Bahia Notícias trouxe à tona detalhes estarrecedores sobre o caso envolvendo o deputado estadual Binho Galinha (PRD). A ação penal que corre na 1ª Vara Criminal de Feira de Santana trouxe à luz uma rede de corrupção que abalou os alicerces da política baiana. Binho Galinha, apontado como líder de uma suposta milícia na região de Feira, é o principal alvo da operação "El Patron", cujos desdobramentos têm sido monitorados com interesse público.
Com acesso exclusivo à denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), o Bahia Notícias revelou detalhes chocantes sobre as atividades da suposta organização criminosa liderada por Binho Galinha. Em quase 140 páginas, a denúncia delineia um esquema complexo de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes.
A organização, segundo a denúncia, atuava em uma série de atividades ilícitas, incluindo receptação, contravenção do jogo do bicho, extorsão e agiotagem, entre outros delitos. O MP-BA aponta que a liderança de Binho Galinha sobre o grupo remonta à década de 1990, ganhando força após o homicídio do bicheiro Oldair José da Silva Mascarenhas, conhecido como Dainho.
A investigação revelou uma estrutura organizada em torno de cinco núcleos de atuação, com Binho Galinha no comando das operações. O núcleo financeiro, liderado por Jorge Vinícius de Souza Santana Piano, era responsável pela gestão e fluxo de ativos ilícitos, enquanto o núcleo de receptação geria a venda de cargas de origem criminosa. Além disso, a denúncia aponta para a participação ativa do filho e da esposa de Binho Galinha na administração do negócio.
Também foi revelado pela investigação o suposto envolvimento de mais de 120 policiais civis e militares na rede de corrupção liderada por Binho Galinha. Esses agentes, segundo a denúncia, atuavam como segurança pessoal do deputado e de sua família, além de praticarem extorsões e cobranças ilegais em nome da organização criminosa.
Outras revelações incluem a prática de agiotagem pelo grupo, com empréstimos de capital a juros e aquisição de dívidas para cobrança posterior. O MP-BA também apontou para declarações falsas à Receita Federal por parte de Binho Galinha, além de evidências de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
A operação "El Patron", que resultou na prisão preventiva de 10 pessoas, busca desmantelar essa poderosa rede de corrupção e levar seus líderes à justiça. Com o bloqueio de milhões de reais em contas bancárias e o sequestro de dezenas de propriedades urbanas e rurais, o MP-BA busca recuperar os recursos desviados e punir os responsáveis pelos crimes cometidos.